O todo que liga tudo
A obra dialoga com o jardim de minha avó e com lembranças que permeiam o existir. Busquei transmitir a ideia de uma relação possível entre aquilo que difere (como espécie, pensando a composição entre plantas e animal), como uma espécie de mutualismo existencial, ao passo que, a imagem central do papagaio-verdadeiro (presente de modo abrangente no Brasil, inclusive em áreas de Cerrado) comunica um convite, como se quem estivesse como espectador se sentisse parte desse todo que compõe a tela, convidado ao abraço da asa aberta, isto é, se a dinâmica relacional se transforma torna-se possível o abraço imaterial entre a diferença. Creio que a obra dialoga com a temática da exposição, ao passo que, é necessário olhar para as mais diversas formas de vida presente para que as perspectivas sejam inundadas e afetadas conduzindo os indivíduos à consciência e, por consequência, também a atitudes de preservação, acredito que falar do Cerrado, ou dos Cerrados é tornar grande toda a riqueza, diversidade, beleza, mas também evocar sempre a necessidade de uma outra relação entre humanos e natureza, para que essa beleza e grandeza não se torne apenas uma memória estampada em telas de pintura.
Nascida no ano 2000 em São Paulo-SP porém desde antes do primeiro anos de vida criada em Itu-SP e atualmente residindo em Bauru-SP, formada como Bacharel em Artes Visuais pela UNESP-Bauru em 2022, atualmente cursando Licenciatura em Artes Visuais também pela UNESP-Bauru. Minha poética pessoal e pesquisa artística seguem em meio às tentativas, procurando trazer para o campo visual a valorização multiespécie, pensando sobre o olhar atento e sensível para aquilo que está em nossa volta e que muitas vezes passa despercebido. Vejo na arte oportunidade de investigações relacionais, multiespécie, trazendo-as para o espaço estético, poético, sensível e externo, porém, também as tendo como um meio político do agir. Através da Arte dou voz ao meu modo de ver o mundo, tendo as manchas de tinta nesta aresta entre arte e realidade.