Metaforizando o óbito de um ecossistema
700x1070 mm
Um símbolo do cerrado, jogado ao acostamento, depois de sofrer uma covarde colisão com um aparato mecânico movido a combustíveis fósseis, passa sem trepidar e acomete o tamanduá de sua sina antes da hora. Assim como o cerrado, ele representa o descaso humano com este bioma tão belo, tão rico, tão resultante das sobrevivências às intempéries desafiadoras. O óbito do ecossistema se faz de forma presente, e assim mesmo, poucos estão com suas mãos postas ao trabalho, pra desfazer ou frear a marcha do dito progresso, que passa em cima de seres vivos, moldados por milhões de anos pra que tecnologias de poucas décadas possam tomar seus lugares e uma hora serem substituídas por mais lixo humano.
Guilherme Campos nasceu em São Paulo mas vive em Goiânia. Na infância, já demonstrava grande afinidade com o papel e o lápis e foi a junção de sua paixão pela leitura e pela natureza que despertou seu interesse pela arte. O fascínio pela pré-história é tema recorrente em suas obras, angariando-lhe premiações na área, mas foram as ruínas gregas que determinaram seu caminho para a escolha da arquitetura como formação. Tal curso permitiu ampliar seu universo imagético, traços visíveis em suas ilustrações denotadas pelo uso de perspectivas complexas e grande riqueza de detalhes, em especial a anatomia. O artista vem realizando exposições coletivas desde 1999, ilustrando artigos científicos, livros e acumula duas premiações nacionais.